Tema: Proposta Pedagógica do
Centro Integrado do Rio Anil – CINTRA
A proposta pedagógica do Centro Integrado do Rio
Anil – CINTRA leva em conta a Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional –
LDB 9394/96,a Constituição Brasileira,o Estatuto da Criança e do Adolescente,disposto nos Parâmetros
Curriculares Nacionais – PCN e Conselho Estadual de Educação.
v Contextualização e caracterização da
escola.
CINTRA (Centro Integrado do Rio Anil), escola
estadual, localizada á Rua da Companhia, nº01, Anil, São Luís – MA, originada
de uma velha fábrica de tecido e situada em local de fácil acesso é composta de
9.500 alunos em sua totalidade e 526 funcionários, distribuídos em três turnos
na matriz e em seus dois anexos, ofertando a formação básica completa, possui a
seguinte estrutura; divisão de ensino fundamental do 1º ao 9º ano, divisão de
ensino médio, divisão de esportes, divisão financeira e outros. Sendo, portanto
a maior escola pública da América Latina.
v
Concepção
de educação e de práticas escolares.
A metodologia de ensino do Centro
Integrado do Rio Anil – CINTRA está baseada na proposta construtivista, ou
seja, o objetivo é levar o aluno a explorar, descobrir e desenvolver sua
capacidade de pensar. As atividades são programadas a inserir o conteúdo a ser
trabalhado dentro do objetivo a ser alcançado pela escola. Adota a metodologia
pedagógica sócio construtivista para o trabalho com os alunos em geral. A
escola privilegia o ensino quanto à construção do conhecimento, o
desenvolvimento pleno das potencialidades do aluno e sua inserção no ambiente
social, utilizando para isso, os conteúdos curriculares de base nacional comum
e os temas transversais que são trabalhados de forma contextualizada.
A nossa escola é
vista como parte integrante da construção de uma sociedade crítica. É
estimulada a mediação entre a prática social e global, por meio de conteúdos
exemplificados e que favoreçam o conhecimento autônomo. Esse conhecimento, por
sua vez tem como referência a revisão constante dos saberes já incorporados por
meio de reavaliação critica. O papel do professor consiste no constante
estimulo á troca e a integração do conteúdo á realidade social. Observando
ainda a coletividade, a reflexão crítica e a capacidade de organização grupal.
Ao
atendimento da vontade coletiva de zelar pela aprendizagem dos alunos e, assim,
formar cidadãos competentes, sensíveis e éticos (Mello 2004).
v
Diagnóstico da situação
atual
O CINTRA enfrenta nesse ano
letivo uma série de desafios. Dentre esses, podem ser citados: a formação continuada de
professores – quadro muito rotativo; o suporte aos alunos com dificuldades de
aprendizagem – combate a repetência e o trabalho com pais,
comunidade e com escolas vizinhas. Diante desse quadro, há que se atentar, cada
vez mais, para que direitos, historicamente conquistados, sejam assegurados e
possam proporcionar condições adequadas à integração escolar e social de todos
os alunos.
v Objetivos gerais
Propiciar a comunidade escolar reflexão e
ação sobre as reais necessidades da escola e apontar estratégias, através de
relatórios para sanar essas dificuldades. Por ser a função social da escola
formar cidadãos críticos e participativos, deve portanto criar procedimentos
para desenvolver no educando estas
competências e habilidades.
v Proposta de formação continuada de professores
Segundo
Nóvoa a formação deve
estimular uma perspectiva crítico-reflexiva, que forneça aos professores os
meios de um pensamento autônomo e que facilite as dinâmicas de auto formação
participada. Estar em formação implica um investimento pessoal, um trabalho livre e criativo sobre
os percursos e os projetos próprios, com vistas à construção de uma identidade, que é
também uma identidade profissional.
É necessário
associar ao saber específico – uma sólida formação pedagógica que permita ao
professor orientar as aprendizagens, lidar com a diversidade, incentivar o desenvolvimento
dos alunos, e desenvolver metodologias inovadoras, conforme Diretrizes
Curriculares Nacionais para Formação de Professores (2001).
Assim,
pensar a formação do professor e acompanhá-lo em sua trajetória
profissional. A importância que é atribuída
à formação pedagógica já é ressaltada na nova concepção de licenciatura, como
curso com identidade própria, em que a discussão pedagógica é introduzida desde
o início da formação. Portanto construir projetos de formação de professores
inovadores que integrem as dimensões teóricas e práticas, os conhecimentos
específicos e os conhecimentos pedagógicos, a disciplinaridade e a interdisciplinaridade,
o desenvolvimento da autonomia intelectual e profissional, articulados com a
concepção de um sistema de formação continuada que propicie oportunidades de
retorno aos professores com horários de trabalho coletivo que devem ser
predefinidos, com duração suficiente para o desenvolvimento de estratégias
formativas.
Nesse sentido,
o estágio constitui-se o lócus privilegiado da formação docente onde a reflexão
teoria/prática possibilita a construção de novos saberes em educação. As
práticas bem sucedidas e o continuar aprendendo constituem-se na chama que
impulsiona a paixão de ser professor e devem ser referências na formação dos
novos professores.
A abordagem qualitativa parte do fundamento de que há uma relação
dinâmica
entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva
entre o sujeito
e o objeto, um vínculo indissociável entre o mundo
objetivo e a
subjetividade do sujeito. (CHIZZOTTI, 1991, p.79)
v
Proposta para dar suporte aos alunos com dificuldades de
aprendizagem.
Além de ser prejudicial
ao aluno a repetência tem também um alto custo para o governo. Se o estudante
leva dez em vez de oito anos para completar o ensino fundamental o poder
público terá de investir 25% a mais nesse aluno para que ele consiga atingir o
nível de ensino desejado. O MEC estima em sete bilhões é o gasto anual com
repetência no ensino fundamental. Esse valor leva em conta o número de
estudantes com mais de 14 anos, idade esperada para a conclusão do ensino
fundamental que ainda estão neste nível de ensino. As altas taxas de repetência
no Brasil ainda poderiam ser justificadas se os jovens chegassem ao final do
ensino médio com um bom nível de ensino. Mas as avaliações internacionais
mostram que isto não acontece de fato. Estamos nos últimos lugares no
PISA ( Programa Internacional de Avaliação de Alunos).
De seiscentos e cinquenta
alunos matriculados no 9º ano no ensino fundamental do Centro Integrado do Rio
Anil – CINTRA, quarenta por cento ficam retidos, destes, vinte por cento são
aprovados pelo conselho de classe e o restante, repete a mesma série no ano
seguinte. Isto se torna um ciclo, que vem se repetindo ano a ano. O modelo de
avaliação escolar vigente não apenas reprova, mas faz um número significativo
de crianças em idade própria não querer estudar, porque não reconhece na escola
espaço para desenvolver sua capacidade de aprendizagem. A repetência é
responsabilidade da escola, portanto cabe a essa e ao professor proporcionar atividades como reforço orientado
com turmas menores para adéqua-se a necessidade do aluno, pois deve ser o ponto
de parida para direcionar a prática pedagógica ao aluno nela inserido. A exclusão no dia a dia da sala de aula tem
sido uma constante na história de nossa escola. Os alunos que apresentam uma
dificuldade de aprendizagem são condenados ao fracasso, justamente aqueles que
mais precisam aprender. É uma longa história que vem se arrastando ano após
ano.
Será
necessário definir o fracasso escolar? Ao ser pronunciada a
palavra,
não deixa ninguém indiferente; todos repassam uma a uma,
suas lembranças,
felizes ou infelizes, em que se misturam desgostos,
nostalgia...
às vezes rancor. Existem aqueles cujo fracasso escolar não
impedir
que fossem bem sucedidos na vida e que se vangloriam disso;
há os
que jamais se refizeram dele; e os que felizmente em maior
número,
nunca o conheceram. Está em situação de fracasso escolar a
criança
que não 'acompanha' pois na escola, é preciso acompanhar:
primeiro
o programa que diz o que é necessário aprender, em que
ordem,
em quanto tempo; depois, acompanhar sua turma, não se
distanciar
do rebanho (CORDIÉ, 1996, p.11)
v
Proposta
de trabalho com pais, comunidade e com escolas vizinhas
Desde a
promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em 1996,
cada escola deve elaborar sua proposta pedagógica ouvindo todos os personagens
que têm interesse no sucesso da educação. Hoje,
autonomia é o conceito que rege o trabalho escolar e, para adquiri-la, é
necessário ter objetivos claros e saber como alcançá-los. Essas definições,
contudo, precisam ser feitas com a participação de todos. O processo não é
fácil, pois envolve sempre muitas pessoas com idéias e visões de mundo
diferentes. Mas é a única maneira de construir uma identidade coletiva.
Os pais devem sentir que a escola é deles.
No primeiro mês de aula os
familiares dos alunos são entrevistados para que a equipe conheça as
expectativas em relação ao trabalho pedagógico e as mudanças no perfil da
comunidade. Mas para a proposta
ser eficaz é preciso também atrair os pais para as reuniões em que a missão da
escola e seus projetos futuros serão decididos. Essa é uma das tarefas mais
difíceis, pois eles estão acostumados a ser chamados somente para receber
notícias - geralmente más - sobre seus filhos. Durante o ano, porém, a escola
deve oferece oficinas de pães, de confecção de bonecas, de informática, de
dança, de teatro, de cabeleireiro, de pintura e outras atividades que podem ser
usadas como fonte de renda pela família. A biblioteca e a sala de informática
deveram ficar abertas à noite e nos finais de semana para a comunidade.
"Assim os pais sentem que a escola também é deles", e avaliam
positivamente as ações da escola.
v
Avaliação
“Avaliar é verificar o alcance dos objetivos”, buscando responder
se o que foi planejado foi realmente alcançado.
A avaliação existe para
aferir o grau de domínio das competências visadas e deve ocorrer antes, durante
e depois da ação, da formação, das oficinas e da atividade do reforço é ela que
irá nortear todo o processo. No âmbito dos referenciais de formação pedagógica
contínua de formadores, concentrar-se na participação, estimulando à sua
capacidade de reflexão e partilha, de auto avaliação e coresponsabilizando-os
pela monitorização dos seus progressos. Ao formador compete orientar os
formandos, apoiando-os no seu processo formativo. A formação dá-se-á em - ação
reflexão e ação - das atividades propostas.